Limites são pré-requisitos para demarcar nossas fronteiras energéticas.
Quando abrimos mão de tudo, impensadamente, não identificamos onde nós terminamos e onde o outro começa.
Não somente fica fragilizado nosso território magnético, mas também o corpo físico e o astral, o campo emocional e o mental, além de nossos bens e direitos.
A "ausência de limites" na mediunidade cria fendas, onde penetram miasmas e outras contaminações negativas.
Seremos presas fáceis de influências danosas, até que restauremos e fortifiquemos esses pontos frágeis que danificam nossas defesas/fronteiras invisíveis.
Indivíduos descontrolados não possuem limites.
Não respeitam as possibilidades, tampouco a individualidade dos outros. Invadem, de forma constante, nossa privacidade e transgridem nossos territórios emocionais, acreditando estar no direito de fazer isso. Desenvolver limites saudáveis nos dá uma percepção exata de até onde nos permitimos ir, em relação com os outros e com nós mesmos.
Precisamos aprender a "dizer sim" ou a "dizer não", quando necessário.
Não devemos permitir que os outros nos controlem, ou mesmo, nos desrespeitem.
Não podemos ser responsáveis pelos desatinos dos adultos infantilizados e inseguros.
Em geral, as pessoas estão acostumadas a que os médiuns tomem conta de seus problemas, de suas sensações íntimas, e se dediquem a controlar e tentar mudar seus comportamentos inadequados.
Estão habituadas a que os medianeiros se sacrifiquem por seus caprichos e incoerências.
Exigem que resolvam milagrosamente suas dificuldades, sem perceberem que elas existem exatamente porque tais pessoas não tomaram as decisões ou atitudes imprescindíveis à solução de sua problemática existencial. "... agora que começam, para ele, as verdadeiras dificuldades, e tem, mais do que antes, necessidade de conselhos da prudência e da experiência, se não quiser cair nas mil armadilhas que lhe vão ser armadas".
As "verdadeiras dificuldades", os conselhos da prudência e da experiência" e as "mil armadilhas" aqui referenciadas estão diretamente relacionadas com a perda de controle ou com a "ausência de limites".
Quando queremos que os outros pensem e ajam pelos nossos padrões existenciais, desrespeitamos seus limites emocionais, mentais e espirituais, atraindo fatalmente pessoas que agirão da mesma forma para conosco. Somente se dá aquilo que se possui.
Como, pois, exigir limites de alguém, se ainda não soubemos estabelecer nossos próprios limites?
Enquanto os indivíduos abrirem mão de seu poder pessoal, dado por Deus, de sentir, pensar, agir e de conduzir-se no agora com o melhor de si, e permitirem que os outros determinem quando devem ficar alegres ou tristes, o que devem dizer ou fazer, ou como lidar com determinada situação, serão como folhas perdidas no solo durante uma tempestade: conduzidas aleatoriamente para onde o vento levar...
(De “A imensidão dos sentidos”, de Francisco do Espírito Santo Neto, pelo espírito Hammed)